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A IGREJA E O COMUNISMO1
Excias. Revmas. Exmo. Sr. Interventor Federal Exmos. Srs. Secretários de Estado Exmos. Srs. Chefes de Partidos Políticos Católicos do Rio Grande! A Igreja é a guardiã do ser - da pessoa e da sociedade. O Decálogo e o Evangelho são feixes de leis conservadoras, de regulação da vida humana. A missão da Igreja é a preservação da imagem eterna do homem, do seu divino itinerário. Tocar nessa imagem, desviar desse fim, é tocar na Igreja. Ela reage contra toda a tentativa de deformação caricatural dessa imagem, contra todo o esforço de transviamento desse fim. E ela reage para preservar a vida, para conservar a pessoa, para salvar a sociedade. A experiência e os fatos evidenciam esta verdade. Para confirmá-la, experimental e dolorosamente, aí está a crise do mundo moderno. Contra a Igreja, contra sua missão conservadora da vida, há mais de três séculos atuam, desfigurando a imagem do homem e transviando-o de seu fim, múltiplas forças, voluntárias, quase luciferinas, umas; instintivas, quase telúricas, outras. Mutilaram a imagem, obstacularizam o caminho do homem, e o resultado aí está: a crise universal do humano e do social. Num momento de bom senso e de sinceridade, disse Renan: "No nosso ardor revolucionário, levamos muito longe as amputações: crendo eliminar do homem superfluidades mórbidas, ferimos órgãos essenciais da vida. A dificuldade de recuperação do enfermo prova que praticamos uma grave lesão nas entranhas do ser humano". - Recolhamos o depoimento. O advento dessa cultura amputadora do homem, no parecer do genial russo, Sorokin Pitirin, foi a grande fonte, a causa dominante da crise de nosso tempo: "A cultura materialista moderna - ensina esse mestre dos sociólogos contemporâneos - surgiu com a crença de que a verdadeira realidade e o verdadeiro valor eram, exclusivamente, materiais. Tudo que fosse supersensorial era duvidoso, como realidade, ou fictício como valor; ou não existia ou, não sendo percebido pelos sentidos, era como se não existisse. Começou-se negando toda revelação carismática, supersensorial e super-racional, toda a experiência mística, toda verdade de fé, como fato válido, como válida verdade e como valor autêntico. Assim, a moderna cultura materialista prendeu as asas do espírito humano, as asas com que poderia elevar-se à visão dos mais altos valores e das supremas realidades. O próprio homem e todos os seus valores foram declarados reais, apenas, na medida em que eram acessíveis aos sentidos: tudo que, no homem ou em sua cultura, não fosse captável sensorialmente era declarado duvidoso ou fictício. Assim ficou o homem reduzido à anatomia e à fisiologia. Se o valor e a realidade humanos consistem, tão só, no seu organismo, é, então, perfeitamente lógico que ele seja tratado como os outros animais. E este é, na realidade, o tratamento que lhe é dado nos grupos sociais em que está equacionado ao organismo. Para esses grupos não tem o homem, atualmente, nenhum valor. Só pode existir, sem ser privado das condições elementares de vida, na medida em que é comunista ou nazista. Tal prática é uma conseqüência lógica da premissa maior da cultura materialista moderna. Esses são os seus frutos venenosos". Meus patrícios. Eis o impressionante diagnóstico de Sorokin sobre a causa, a raiz profunda da crise da vida moderna. A deformação materialista do conceito cristão do homem, o truncamento de sua destinação divina determinaram o drama de nosso tempo. Esse drama sugere fortemente que, quando se inibe e se perturba a missão salvadora da Igreja, conspira-se contra a humanidade, lesa-se a natureza humana, agride-se a dignidade da pessoa, desequilibra-se a vida social e perturba-se a marcha da civilização. Não foi a Igreja que pereceu nessa luta; ela aí está e estende a sua mão taumatúrgica ao mundo que sangra e sofre as conseqüências de sua apostasia. Tocar na Igreja, repudiá-la, impedir-lhe a ação salvadora é, assim, conspirar contra o homem, perturbar a vida, desequilibrar o convívio social. Existe uma solidariedade indissolúvel entre os interesses da pessoa humana, da vida social e os interesses da Igreja. Fere-se a Igreja quando se agride o homem; lesa-se a natureza humana quando se luta contra a Igreja. E como a Igreja é eterna, é sempre o homem que sofre, é sempre a sociedade que padece, quando dela se afastam, ou quando a repudiam. Eis porque a Igreja reage contra todas as forças deformadoras do conceito cristão do homem e transviadoras de seu divino itinerário. Eis por que a Igreja reage contra o comunismo, que paganiza o homem e lhe atribui uma destinação limitada ao plano da pura imanência. A Igreja não lhe diz um sim, por que o comunismo é um não feroz em face da vida. A Igreja vê no Comunismo uma expressão cruenta da agônica cultura materialista; o estado final de um secular processo de desagregação espiritual e social. Ele constitui a tentativa, última e desesperada, de um sistema materialista de valores, em total exaustão, de fixar-se ainda, na vida, e de impor-se à realidade. Daí sua violência: ele está condenado a perecer com a cultura que o gerou; tem dias contados para lutar contra a realidade e contra a vida, que o repudiam e negam. Ele perecerá porque a natureza e a história não suportam os seres e as situações antinaturais e anti-humanas, não permitem a sobrevivência de monstros. Sob a aparência de um simples movimento de reformas sociais e econômicas, o Comunismo constitui, na realidade, a encarnação no tecido histórico de uma filosofia materialista que, não só é a causa última da crise que sofremos, como, ainda, representa o grande obstáculo que, violentamente, impede todo adequado e eficaz tratamento dessa crise. Ele tenta galvanizar o quase-cadáver de uma cultura decadente! E a Igreja, que assiste a essa crise mortal, serenamente, comporta-se diante do comunismo como alguém que afasta um obstáculo à remoção de um cadáver. Como a crise de nosso tempo é determinada pela desagregação da forma materialista da cultura, e anuncia a transição para uma forma mais alta e mais humana, o tratamento a aplicar ao Comunismo, como sintoma dessa crise, é o mesmo que a Igreja vinha aplicando aos esforços seculares de paganização da vida: a afirmação da verdade cristã, a retificação da falsa visão da vida humana, a criação de uma nova mentalidade, a evidenciação da unilateralidade mutiladora do materialismo e da acolhedora universalidade do cristianismo! Esta é a terapêutica adequada à debelação da crise do mundo moderno. Daí o erro dos que tratam o Comunismo como se fora, apenas, a tradução de um apelo da miséria econômica dos povos, o grito de protesto de uma humanidade faminta e tiritante... E para combatê-lo com eficiência, sugerem o primado das reformas econômicas. Não! O que caracteriza o comunismo é ser ele uma interpretação, uma exegese desesperada da fome e do frio das multidões. Não é a fome, nem é o frio que fazem a tragédia do pauperismo, que constituem a essência do drama social, e levam multidões a erguer suas mãos crispadas pelo ódio contra outras multidões – consideradas usurpadoras. Não é a fome, não é o frio: é a interpretação materialista da fome e do frio, é a significação que o comunismo lhes atribui dentro de sua mutiladora visão da vida. O que essas multidões perturbadas e inquietas necessitam, antes de tudo, não é do pão, nem do cobertor: é de uma interpretação sadia e normal do valor do pão e da coberta, é da perdida significação da vida! Como observa Sorokin, "o primeiro remédio da crise moderna consiste numa retificação de toda a mentalidade e atitude, na direção das normas prescritas no Sermão da Montanha! Quando ocorrer essa mudança, tornar-se-ão fáceis os meios técnicos de remodelar as estruturas econômicas e políticas. Sem essa transformação, nenhuma reconstrução mecânica, política e econômica, pode dar os resultados desejados. São essas - continua Sorokin as condições sem as quais não pode a moléstia social ser debelada, e abrandada a tragédia da crise. Não há dúvida de que, a realização desses meios é infinitamente mais difícil que a aplicação de medidas superficiais, de reajustamento econômico, político, ou de outra natureza. Nosso remédio requer, conclui o sociólogo russo, a mudança completa da mentalidade contemporânea, uma transformação fundamental de nosso sistema de valores, e a mais profunda modificação de nossa conduta para com os outros homens, para com os valores culturais e para com o mundo em geral". Eis por que a Igreja se opõe ao Comunismo: ele é a maior força descristianizadora da história contemporânea, constitui uma total negação do Sermão da Montanha. Nossa luta contra o comunismo possui, assim, um sentido positivo: salvar o homem e a sociedade, pela satisfação de suas autênticas necessidades, pela aplicação de uma terapêutica ajustada às suas exigências vitais de conservação e de normalidade, pela realização de uma nova ordem social cristã. A Igreja tem assistido, em dois milênios, muitas agonias e tem sepultado muitos cadáveres de ideologias falsas, que ameaçavam o homem, a cultura e o Cristianismo. Ela sabe, por uma experiência de 20 séculos, que, contra ela, só se organizam, para serem vencidos, os instintos de morte do homem, os impulsos de desagregação da sociedade, as tendências negativas e as forças de resistência do ser. Obra de Deus, com a Igreja está a natureza que é concretização do pensamento divino; obra do Ser eterno, ela domina o tempo e conduz a História; criação do Ser absoluto, todos os seres e realidades colaboram na realização de sua tarefa. A Igreja recolhe e consagra tudo que a vida apresenta de positivo e de bom, de útil e de belo, de verdadeiro e de heróico. Ela só não recolhe e consagra os gestos suicidas, as tendências niilistas, os impulsos profanadores da vida, as ações e os pensamentos humanos que, sob forma de movimentos sociais e correntes doutrinárias, desfiguram o homem e desviam a humanidade de seu fim. Mas, como nos erros que pululam na História e nos impulsos maus do homem através do tempo, existem sempre verdades deformadas, amores transviados, virtudes profanadas, a Igreja fixa essas verdades, recolhe essas migalhas de bondade e de beleza moral. E assim procede ela em face do erro comunista: recolhe a sua significação humana, o seu anseio de justiça diante da injustiça social. E ela recolhe esses valores humanos, que se mesclam na confusão e na malícia da ideologia comunista, para lhes possibilitar a realização fora do clima ideológico em que agonizam e morrem, para vivificá-los e realizá-los com outros valores, negados ou esquecidos pela utopia de Marx e de Lenine. E esses valores de piedade humana, de solidariedade e de justiça social, ela os integra na sabedoria de sua síntese, e nos oferta sua doutrina sobre a nova ordem humana! Nessa magnífica síntese, a Igreja atende a todos os apelos e exigências do ser humano; nela, o homem para comer, para ter a proteção de um teto e o conforto de um leito, não necessita esquecer o gesto da adoração e a atitude da prece, repudiar as mais altas conquistas do espírito, renunciar ao seu Deus e à sua vocação sobrenatural e cristã. Nossa condenação do Comunismo não consiste, tão só, na formulação de juízos morais, proibitivos, de inspiração teológica. Da teologia católica emergiu uma sociologia; o Evangelho frutificou em teoria social, política, econômica e jurídica. O dogma pensado por Tomás de Aquino já animou as mãos orientadoras, os gestos transformadores da matéria social, de Leão XIII e de Pio XI! Os Papas fizeram-se líderes sociais, condutores da ação corretiva das injustiças criadas pela sociedade burguesa e pelo capitalismo materialista. E essas regras vitais de ação coletiva, incorporadas à legislação e às diretivas da política econômica dos Estados modernos, estão aptas para disciplinar e pacificar o conflito social. Meus patrícios. Não nos reunimos aqui para atacar e para negar. Aqui estamos numa atitude de defesa e de afirmação. O Cristianismo era, já, uma transfiguradora energia histórica, uma criadora e triunfal afirmação de quase dois milênios, quando, há um século, no seio da civilização ocidental que ele criara, irrompeu a agressão marxista. E desde então, a Igreja e os cristãos da Europa e da América, serenamente, defendem o sistema dos ideais evangélicos, atacado por um movimento de reformas econômicas que, absurdamente, se fez ideologia anticristã e anseio obstinado de paganização da vida. Defendemos o Evangelho do Cristo contra o Evangelho comunista de Marx. Defendemos a Igreja universal contra a Terceira Internacional. Defendemos o Cristo contra as negações de Lenine e do exército dos Sem-Deus. Outra não poderia ser nossa atitude: A Igreja não é um contínuo protesto contra o erro e o mal, é uma perene afirmação do bem, é uma permanente revelação da verdade! Aqui estamos para afirmar e para defender os supremos valores da cultura cristã, e pugnar pelo advento de uma nova ordem social, mais humana e mais justa. Não atacamos, defendemo-nos da agressão comunista, que não desapareceu, mas, talvez, se tenha até agravado pelo fato de se apresentar, insidiosamente, como política de mão estendida, como movimento ordeiro e pacífico, renunciando falsamente à sua congênita vocação revolucionária, à sua incorrigível índole antidemocrática, à sua insanável aversão ao Cristianismo. E se essa nossa atitude de defesa, que nunca cessou, toma hoje uma forma orgânica e generalizada, é porque o Comunismo que estava fora da lei, e atuava, subterrânea, clandestinamente, atua, desde há alguns meses, dentro de um Estado cuja estrutura jurídica lhe é contrária, com total desembaraço e desenvoltura e, ordeiramente, organiza a desordem e usa a liberdade que lhe confere nossa tolerância democrática, para destruir, oportunamente, a liberdade e a democracia. Serenamente, confessamos aos poderes públicos, com plena compreensão da delicadeza de sua atitude, dentro da atual realidade nacional e internacional, a imensa apreensão de milhões de cristãos brasileiros, em face da ameaçadora liberdade de ação de uma ideologia que já produziu, entre nós, frutos de desordem e de morte. Ainda dominam nosso espírito esperanças de que os responsáveis pela preservação da ordem, pensem, hoje, sobre o comunismo, como pensava o Chefe do Governo Federal, nesta notável passagem de seu discurso de fevereiro de 1936: "É da tática comunista, - disse, então, magnificamente, o Presidente Getúlio Vargas, - é da tática comunista a dissimulação e o embuste. Precisamos, portanto, estar em guarda contra a investida bolchevista anarquizadora e maléfica e alertar aqueles a quem se dirige, com insistência, a propaganda insinuosa e torva. O trabalhador desprevenido, voltado aos problemas de seu ofício, e a mocidade aberta a todos os entusiasmos nobres, são os alvos preferidos dessa ofensiva dos inimigos da pátria, da família e da religião". Meus patrícios. No atual momento político, temos interesses comuns com todos os Partidos Nacionais, orientados no sentido da salvação do Brasil e de sua cultura cristã. A eles tudo nos deveria unir, deles nada nos deveria separar! Conosco, com os milhões de católicos brasileiros, eles devem atuar como forças de salvação nacional, como energias preservadoras da ordem, da democracia, do patrimônio cristão de nossa história, das liberdades da pessoa humana, como impulsos criadores da justiça social! Nos quadros da Liga Eleitoral Católica, não temos outra ambição que a de consagrar as superiores ambições políticas, dos partidos que se deixaram inspirar pelas vitais reivindicações da Igreja, relativas à estabilidade da família, à cristianização da escola e da caserna, à modelagem cristã da nova ordem social. Estas reivindicações não são apenas nossas: são as reivindicações do Brasil! Nossos tradicionais partidos políticos constituem correntes de opinião, de aspirações sociais, geradas dentro do clima de uma civilização cristã. Eles devem traduzir essa cultura! A incorporação aos seus programas da substância dessa civilização, do sistema de valores que presidiu nossa formação histórica a moral, possibilitar-lhes-á considerável ampliação de seus quadros de eleitores, emprestando à sua ação política maior eficiência ideológica, maior consistência doutrinal! Esses partidos constituem feixes de receitas políticas, jurídicas e econômicas, aplicáveis à nossa realidade social. Eles não representam, como o Comunismo, a tradução social de uma unitária e sistemática filosofia da vida. Eles carecem desse amplo fulcro ideológico. Só o Cristianismo é apto para suprir-lhes essa vital carência, na luta contra o Comunismo. O comunismo político é inserção, na ordem coletiva, de uma visão total, embora falsa, da vida e do homem; é a tradução social de uma doutrina materialista! Ele apanha o homem todo, e lhe impõe um sistema completo de soluções dos problemas humanos. Daí, a mística do partido comunista; daí, a atitude de devotamento integral de seus adeptos, sua capacidade de aliciamento das massas. Nossos partidos democráticos, dificilmente, poderão competir com o Comunismo totalitário nessa luta pela conquista do povo sem a adoção da Filosofia cristã da vida que gerou o Brasil! E, se a essa incorporação doutrinária aos seus programas, associarem a inserção, em seus quadros de representantes parlamentares, de homens públicos dignos da confiança do mundo católico, então, os interesses do Brasil livre e democrático estarão assegurados, pois milhões de cristãos terão plena liberdade para apoiá-los com seus votos. E não será mais possível a vitória eleitoral do comunismo. E salvaremos, assim, o Brasil! Católicos do Rio Grande! "Sois o povo mais comunista da América!" Assim vos julgou, em recente discurso, Luiz Carlos Prestes. Vossa presença, nesta vigília cívica, é a resposta viril a essa injúria. Aqui estais para provar que o Brasil cristão não morreu, que não se apagou, ainda, a consciência de nossa identidade histórica e de nossa vocação católica e latina! Não quereis que o Rio Grande seja uma lenda de heróis numa terra de escravos! Não repudiastes ainda os ideais patrióticos e cristãos dos bandeirantes e dos farroupilhas. Fosse uma realidade a injuriosa ilusão de Prestes, e teríamos um Brasil ao avesso, em contradição consigo mesmo, destruindo seu próprio ser histórico e dilacerando, em gesto suicida, a tecitura de sua realidade espiritual. E estaria encerrado o ciclo heróico das aventuras gaúchas pela conquista das liberdades políticas! E teria morrido a vocação do Rio Grande para o heroísmo e para a liberdade! O cavalariano dos pampas teria, feminilmente, despido seu poncho e suas bombachas lendárias de aguerrido defensor dos mais generosos anseios democráticos, para se envolver nessa mortalha das liberdades políticas, que é o lábaro da foice e do martelo. Não! Não sois o povo mais comunista da América! Guardais intacta a labareda, a chama interior que aqueceu o peito daqueles magníficos exemplares de humanidade cristã, que plasmaram o Brasil. Católicos do Rio Grande! Vossa presença aqui, nestes dias de obsessão do econômico, revela como o homem ainda está sensível à sedução de Cristo! Não viestes aqui para pleitear aumento de salários e reivindicar o barateamento dos gêneros de primeira necessidade! Aqui viestes para afirmar e consagrar os eternos valores espirituais e evangélicos, nesta hora de traições e de temores, de silêncio que raiam na apostasia. Não é um rebanho que aqui está, tangido apenas por solicitações biológicas! Constituis uma magnífica assembléia de seres livres; uma consoladora afirmação da dignidade da pessoa humana! Sois a vanguarda da humanidade que vem trazendo nas mãos uma nova e redentora mensagem! Sois a guarda avançada dessa civilização antevista pelo gênio de Sorokin e que, inspirada no Sermão da Montanha, criará a nova ordem humana! Benditos os que vêm em nome do Senhor, como vós aqui viestes, para afirmar, nesta hora de satânica confusão, a fidelidade do homem ao Reino de Deus e à sua Justiça! Meus Patrícios! Vós sois um dos povos mais católicos da América! Sede, varonilmente, fiéis a Cristo, à Igreja e à Pátria!
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